Dom Luiz Gonzaga Fechio, Bispo Referencial da Pastoral do Menor

Querida irmã e querido irmão, paz e bem na bondade e no amor de nosso Deus, que jamais deixa de se manifestar, quando favorecemos essa possibilidade, com o coração aberto à sua comunicação conosco, na diversidade inumerável de expressões pelas quais Ele deseja fazer-se presente em nosso cotidiano!
É com esta saudação que partilho um breve momento com você, na leitura deste texto que escrevo em poucas linhas, porém num tempo denso de reflexão, pedindo ao Espírito Santo que me faça instrumento motivador no caminho da amada PAMEN e, consequentemente, na belíssima missão que você tem e desempenha com dedicação. Acredito que já ouvimos falas ou lemos textos a respeito de desafios pastorais pós-pandemia para nossa Igreja. Talvez, tivemos ao menos alguma oportunidade de escuta ou leitura e nos sentimos provocados nesse sentido.
A bem da verdade, ainda permanecemos na dúvida quanto ao tempo de duração deste momento tão atípico, como comumente afirmamos, dando-lhe diversos adjetivos que, em geral, realçam algo negativo ou sombrio.
Portanto, embora tenhamos pressa – com toda a razão – para que este “pós” se torne mais evidente, não podemos esperá-lo de braços cruzados, na inércia.
Assim, desconhecendo o que temos pela frente, o mais sensato e evangélico é buscar, no “já” ou “agora” do que nos é possível, convictamente crentes e abertos ao impulso sempre criativo e dinamizador do Espírito Santo, os caminhos que a Sua Graça, ou seja, a Graça de Deus, vai abrindo diante de nós, para que a nossa ação pastoral, apesar de múltiplas adversidades, não deixe de acontecer. Desse modo, ao invés de pensar o “pós”, no sentido de um amanhã incerto e temeroso, é o “durante” o tempo mais importante para fazermos nossa ação frutificar as sementes do Reino!
Em meio a qualquer situação que possa ser motivo de arrefecimento em nosso estado emocional, jamais podemos esquecer que o Senhor está conosco, as sementes são Suas e Ele é o primeiro interessado em que elas frutifiquem em nossa organização pastoral, no precioso serviço que desempenhamos em favor da vida das crianças e dos adolescentes.
Não houve condições de nos encontrarmos e nos tocarmos, fraternalmente, numa proximidade física, pela impossibilidade dos encontros presenciais ao longo do ano; no entanto, quanta coisa boa aconteceu durante esse tempo e, podemos dizer, até por causa das muitas horas que estivemos unidos para nos inspirarmos e nos fortalecermos mutuamente! E, naturalmente, com o mesmo “bom orgulho” na exclamação, quanto os menores sob os nossos cuidados, bem como seus familiares, ganharam com o tempo que passamos juntos!
Com tudo o que nos amedrontou ou entristeceu, demos passos significativos para avançar e lançar as redes em águas mais profundas, como tão sugestivamente devemos recordar do texto bíblico de Lc5, 1-11, quando Jesus se encontrou com os discípulos pescadores desanimados e lhes apresentou um novo desafio.
O caminho que fizemos ao longo desses nove meses, entre março/abril e novembro/dezembro, é uma gestação para o que pode ser um renascimento em nosso próprio coração do que a PAMEN necessita de nossa efetiva e afetiva presença nessa causa. Assim, ela será sinal da salvação que nos trouxe esta criança nascida numa manjedoura, este adolescente e jovem aprendiz na carpintaria de seu pai adotivo e na convivência cotidiana com a sua Mãe; este Bom Pastor, Deus e homem, que, com a cruz e a ressurreição, nos garante que vale a pena ousarmos, como família PAMEN, todo esforço possível para percorrer 2021, reinventando-se continuamente e aperfeiçoando nossa comunhão que nos estimula a não nos distanciarmos do amor d’Ele, não obstante qualquer vírus ameaçador.
“Com tudo o que nos amedrontou ou
entristeceu, demos passos significativos
para avançar e lançar as redes em águas
mais profundas, como tão sugestivamente
devemos recordar do texto bíblico de Lc5,1-
11, quando Jesus se encontrou com os
discípulos pescadores desanimados e lhes
apresentou um novo desafio.
